Nossas escolhas

Escrever sobre escolhas não é nada fácil. Principalmente quando escolhemos caminhos sem planejamento.

Uma pessoa pode influenciar muito o caminho de outras pessoas. Para ilustrar, vou utilizar nomes fictícios para os personagens. E como escrito em obras de ficção, qualquer semelhança, terá sido mera coincidência.

Houve a muito tempo atrás, um garoto que se chamava João. Era filho de pais semi analfabetos e morava numa cidade muito nova. Nesta cidade, brincou, estudou, participou de grupo de jovens, aprendeu a fumar, participou de racha de carros no autodramo desta cidade, e devido a sua vida um tanto quanto agitada, namorou com várias garotas. Seu hobby preferido era viajar, pegar a estrada para ele era tudo, nela se sentia livre quando acelerava o seu possante.

Na década de 90, sua vida e a vida de muitas pessoas sofreram de certa forma uma mudança de planos. Não que tenha acontecido algo trágico, mas que algumas ações tenham mudado o seu futuro e o de outras pessoas.

No inicio desta década, João conheceu uma menina muito linda, vinda de outra cidade, a qual ficou encantado com tamanha beleza. Entretanto, quando a conheceu melhor, percebeu que seu gênio não era nada fácil, aliás muito parecido com o gênio de sua mãe. Ironia ou não, João estava revivendo o seu complexo de Édipo, sem ao menos se dar conta do que estava acontecendo.

Esta garota talvez tenha sido a conquista mais difícil a que João tinha investido. Tudo o que fazia no início não surtia efeito. Até que no dia do aniversario da garota, resolveu dar uma das suas mais ousadas cartadas. Enviou um bouquet de rosas vermelhas para a casa da garota com um cartão que dizia mais ou menos assim: “Me desculpe pelo presente, mas não sabia o que poderia lhe dar. Feliz aniversario! Ps.: espero que não fale para o seu namorado”. Neste dia, João chegou para almoçar e logo recebeu um telefonema da garota agradecendo o presente, ela disse que este havia sido o primeiro bouquet que recebera em sua vida. João ficou feliz com a estratégia utilizada e sentiu que teria alguma chance com a garota.

Um dia se passou e o namorado da garota chegou. Quando viu o bouquet de rosas, não pensou duas vezes e o jogou no lixo. A partir dai, a briga se armou e o namoro entre os dois acabou.

A partir dai, João resolveu investir na garota. Entretanto, mal sabia o que lhe esperava. Conquistar esta garota não seria uma tarefa fácil. Para tanto, utilizou o que todos deveriam fazer em suas escolhas, utilizar a estratégia. E assim o fez, utilizou bem a sua estratégia e conseguiu conquistar a paixão de sua vida.

Mas só estratégia garantiria o sucesso. Lógico que não! Para que a estratégia tenha sucesso, é necessário investir muito em planejamento e em gerenciamento. E porque não falar em gerenciamento de projetos? Isso mesmo, gerenciamento de projetos.

Se João tivesse conhecimento, técnicas e habilidades de planejamento e gerenciamento de projetos, talvez estaria com a garota até hoje. Como não gerenciou bem as crises, acabaram rompendo o relacionamento e cada um escolheu seus respectivos caminhos.

A partir dessas escolhas de cada um, outras pessoas presentes em suas vidas tiveram suas vidas alteradas. De um lado, João mudou-se para outra cidade e conheceu a mulher da sua vida. E a garota, continuou no mesmo lugar e conheceu também o homem da sua vida.

A escolha que fazemos, os caminhos que tomamos na vida são feitos de decisões e escolhas. Assim, o que cada um de nós é hoje, seja na sua vida profissional, seja na sua vida pessoal, é conseqüência destas escolhas e das ações adotadas para efetivá-las. Algumas são essenciais e importam decisões sobre nossa religião ou nosso papel social. Outras são operacionais, como a roupa que vamos vestir hoje para ir trabalhar.

O que vale para as pessoas também vale para as empresas, ou seja, uma empresa sobrevive ou não, tem êxito ou fracassa, de acordo com as decisões e escolhas que fez ou faz, de suas estratégias e foco, seus sistemas de crenças e valores, seu estilo gerencial, seus processos, suas estruturas, as pessoas que seleciona, o sistema de treinamento e desenvolvimento que adota. Ou, de acordo com Peter Drucker, “o produto final do trabalho de um gerente são decisões e ações”.

Assim sendo, três aspectos devem ser considerados:

A todo momento, queiramos ou não, conscientes ou inconscientes, por ação ou omissão, estamos sempre fazendo escolhas. E nunca é demais lembrar que não escolher já é uma escolha;

Se queremos ser os timoneiros da nau da nossa vida, devemos procurar ser conscientes das escolhas que fizemos e estamos fazendo, pois é esta consciência que nos permite assumir a responsabilidade pelos nossos atos e, conseqüentemente, continuar com o que estamos fazendo ou então mudar. É conveniente ter presente que algumas escolhas deram certo em determinados contextos, mas que se adotadas em outros podem ser profundamente negativas. Um pequeno exemplo: alguém que quando criança, para obter o carinho e a atenção dos pais, chorava, fazia manha ou gritava. Depois, quando adulto, para ter as suas necessidades de aceitação e reconhecimento atendidas, adota comportamentos de essência semelhante que, sem a menor sombra de dúvida serão totalmente inadequados, gerando respostas justamente opostas às desejadas;

Podemos, através do desenvolvimento pessoal, aumentar a nossa esfera de escolhas. Aprender, no fundo, importa ter mais opções, isto é, ampliar possibilidades. A questão básica é o que aprender para que possamos ter êxito neste mundo de crescente insegurança, complexidade, ambigüidade e imprevisibilidade. E isto também é uma escolha.

Escolha ou alternativa consiste num processo mental de pensamento envolvendo o julgamento dos méritos de múltiplas opiniões e a seleção de uma delas para a(c)ção. Alguns exemplos simples incluem decidir-se levantar pela manhã ou voltar à dormir, ou escolher um determinado trajeto para uma viagem. Exemplos mais complexos (freqüentemente decisões que afetam crenças pessoais) incluem a escolha de um estilo de vida, filiação religiosa ou posição política.

A maioria das pessoas considera ter alternativas uma boa coisa, embora uma escolha severamente limitada ou artificialmente restrita possa levar ao desconforto com a opção selecionada e possivelmente a um resultado insatisfatório. No extremo oposto, alternativas ilimitadas podem levar à confusão, remorsos pelas opções não escolhidas e indiferença, numa existência amorfa.

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1 comentário em “Nossas escolhas

  1. Renata Antunes Responder

    Olá Fernando,
    Obrigada pelas palavras na publicação do meu artigo, quando se deseja e se empenha é possível fazer a diferença… mesmo diante de todas as dificuldades que enfrentei, tudo valeu a pena, o sabor da vitória de cada obstáculo superado é muito maior e gratificante para mim.
    Sinto que a minha missão nessa etapa foi cumprida e não conseguiria se não tivesse contato com o apoio de pessoas como você, Daniela, amigos de trabalho e sem dúvida toda minha família por cada segundo abdicado em prol dessa conquista.
    Obrigada mais uma vez!
    Renata Antunes

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